quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

SALOMÉ

A peça Salomé, dirigida pela aluna formanda da escola de teatro da Ufba Amanda Maia infelizmente voltará em cartaz em fevereiro. A montagem que trata da famosa lenda bíblica de Salomé tem o texto assinado pelo conhecido Oscar Wilde, e até pode-se dizer que gozou de uma produção organizada e competente, contudo, a diretora tanto encheu a montagem de supérfluas alegorias que acabou por afundar o barco com o excesso de peso.
Apesar de bem escrito, não se pode negar que o texto da peça é monótono, até mesmo por ter um enredo bem conhecido do grande publico, fato que provavelmente foi reconhecido pela diretora, e talvez por isso, tenha ela optado por encher o palco de figurantes que o tempo inteiro só contracenavam insinuando e até mesmo realizando atos pornográficos, uns com os outros e por vezes se misturando ao elenco principal. A utilização do nu como recurso dinâmico foi bastante e mal usado em Salomé, podendo ser classificado como desnecessário, apelativo e até mesmo vulgar. Ora, teatro erótico talvez seja uma via de pesquisa da menina Amanda Maia, mas pra tudo há um limite. Além do mais, a ousadia da formanda seria talvez melhor aceita se viesse com ela uma competência maior na organização das cenas, até mesmo nas menos picantes, entretanto, ao contrário disso, a peça toda me pareceu de direção tonta e confusa. O elenco principal que traz nomes como Sandro Rangel, Antonio Fábio, e Joana Shnitman, consegue, sem dúvida, fazer valer sua atenção, contudo não é suficiente para que caracterizemos Salomé como uma peça de boa qualidade.

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